Saber como é e como funciona a educação na Itália é uma curiosidade muito comum para quem está planejando mudar para o país com os filhos ou para quem pensa em estudar em uma universidade italiana. Assim, acompanhe o artigo e descubra como é o sistema de ensino italiano, quais são as instituições mais renomadas e se vale a pena estudar no “país da pizza”.

A educação na Itália é boa?

Sim, se você está pensando em morar na Itália e precisa matricular os filhos na escola ou na universidade, saiba que a educação no país é muito boa.

Em relação às escolas, podemos dizer que o sistema de ensino italiano oferece acompanhamento personalizado para as crianças dos adolescentes. A ajuda especial tem o objetivo de ajudá-los a escolher a área que querem seguir posteriormente (no ensino médio) e também a fornecer uma formação completa enquanto cidadãos.

Além disso, os estrangeiros que não falam italiano recebem um acompanhamento especial dos professores para facilitar o aprendizado no italiano e, consequentemente, da integração.

As universidades italianas, por sua vez, são excelentes e contam com professores renomados e departamentos de excelência. Além disso, a pesquisa das instituições italianas é considerada muito importante em escala global.

De forma geral, podemos dizer que o ensino na Itália é qualidade em todos os níveis e em todo o país.

Como é a estrutura do sistema de ensino na Itália?

A educação na Itália é obrigatória dos 6 aos 16 anos, tanto para italianos quanto para estrangeiros, como pode ser lido no site do Ministero della Istruzione (MIUR), equivalente ao Ministério da Educação brasileiro.

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A estrutura do sistema de ensino na Itália é um pouco diferente do sistema educacional do Brasil. Ele é dividido da seguinte forma:

  • Creche ou Berçário (Asilo nido): opcional;
  • Educação Infantil ou pré-escola (Asilo): opcional;
  • Escola Primária (Elementare): obrigatória;
  • Escola Secundária (Media e Superiore): obrigatória;
  • Escola Superior (Università): opcional.

Conheça, a seguir, mais detalhes sobre cada uma dessas fases da estrutura do sistema de educação na Itália.

Creche ou Berçário (Asilo nido)

O asilo nido é destinado para as crianças que estão em seus primeiros anos da vida escolar, antes do ingresso na chamada “pré-escola”.

As crianças de 3 meses a 2 anos podem frequentar as creches, apesar de a frequência não ser obrigatória.

A maioria dos berçários da Itália são públicos, mas também existem os particulares. Nas instituições públicas, os pais da criança devem pagar uma pequena taxa anual para ajudar no funcionamento da escola e também com as despesas de alimentação (uma vez que as crianças almoçam no local) e materiais.

As famílias com rendas muito baixas são isentas de qualquer tipo de taxa.

Educação Infantil ou pré-escola (Asilo)

O asilo, por sua vez, é uma fase da estrutura do sistema de educação na Itália destinada às crianças de 2 a 6 anos.

Assim como no caso do asilo nido, frequentar o asilo ainda não é obrigatório. Porém, muitos pais optam por colocar os seus filhos em escolas já com essa idade para conseguirem trabalhar na Itália.

As escolas de educação infantil na Itália podem ser públicas ou privadas.

Escola Primária (Elementare)

A scuola elementare é obrigatória na Itália, uma vez que entra na faixa etária do “obbligo di istruzione” (obrigatoriedade de educação).

As escolas primárias, que seriam equivalentes ao ensino fundamental I do Brasil, são frequentadas por crianças dos 6 aos 11 anos. O sistema de ensino da scuola elementare é bem padronizado em todo o país.

Podemos dizer que, tanto nas escolas públicas como nas privadas, as crianças ficam 30 horas por semana na escola, com aulas no período da manhã (normalmente começam às 8) e da tarde (até às 15).

O programa das escolas primárias compreende as seguintes matérias:

  • Italiano;
  • Língua Estrangeira (espanhol, inglês, francês ou alemão);
  • Ciências;
  • Matemática;
  • História;
  • Geografia;
  • Estudos Sociais (disciplina também chamada de “Cultura”);
  • Artes;
  • Computação;
  • Educação Física;
  • Religião (opcional).

O sistema de ensino da scuola elementare é muito elogiado, uma vez que prepara o aluno para enfrentar o duro ensino médio italiano. As aulas são densas e os materiais são muito bem feitos.

Quando eu frequentei parte do meu ensino fundamental I na Itália, precisei frequentar uma escola privada. Isso porque, de acordo com o sistema italiano, eu não poderia frequentar a escola por um período inferior de 1 ano (como era o meu caso). Esse é um detalhe importante e ao qual é importante ficar atento.

Escola Secundária (Media e Superiore)

A escola secundária italiana é dividida em scuola media e scuola superiore. A primeira equivale ao ensino fundamental II do Brasil e a segunda, por sua vez, ao nosso ensino médio. Essa fase do sistema educacional italiano é destinada às crianças/adolescentes dos 11 aos 18 anos.

Ao fim da scuola media, os alunos podem escolher um “tipo” de ensino médio (liceo) para seguir. Existem cinco opções: liceo classico (clássico), liceo scientifico (científico), liceo artistico (artístico), liceo linguistico (linguístico), liceo musicale (musical) e liceo delle scienze umane (das ciências humanas).

Entrada de um liceo scientifico na Itália
Na Itália, os alunos podem escolher um percurso para seguir durante o Ensino Médio.

Existe outra opção além dos licei: os istituti. Eles são destinados para aqueles estudantes que querem obter uma formação científica, técnica e profissional para entrar no mercado de trabalho logo após o fim do ensino médio (como o ensino médio técnico no Brasil).

O ensino médio possui uma duração total de 5 anos e, ao final do período, os alunos devem passar por uma prova obrigatória para conseguirem o diploma: a maturità (ou l’esame di Stato). A prova é considerada muito difícil sendo dividida em uma etapa escrita e outra oral.

Escola Superior (Università)

O ensino superior não é obrigatório na Itália. Ele começa a partir dos 18 anos, embora os estudantes normalmente ingressam em universidades com 19 anos (uma vez que o ensino médio possui um ano a mais de duração em relação ao que acontece no Brasil).

A faculdade na Itália possui, assim como no Brasil, cursos de graduação e de pós-graduação. Os cursos de graduação, no entanto, podem ser de dois tipos:

  • Laurea triennale: cursos de graduação de 3 anos. É o caso da maior parte dos cursos.
  • Laurea magistrale a ciclo unico: cursos de graduação de 5 anos. É o caso de poucos cursos, como Direito, Arquitetura, Medicina e Cirurgia, Farmácia, etc.

A maioria das universidades italianas são públicas. Porém, existem também instituições privadas de grande renome, como a Università Bocconi. Nessas universidades, as anuidades são muito maiores, mas também são oferecidas bolsas de estudo na Itália.

A modalidade de acesso aos cursos também pode variar. Existem os cursos de acesso programmato, como o curso de Direito (Giurisprudenza), em que os candidatos interessados devem fazer uma prova eliminatória para entrar.

Para os cursos de accesso libero, todavia, o acesso é ilimitado. Caso uma prova exista, ela funcionará somente para medir os conhecimentos do aluno. Por fim, existem alguns cursos que só podem ser acessados mediante a realização de uma prova nacional, como é o caso de Medicina e Cirurgia.

A educação na Itália é gratuita?

Sim e não.

Em todos os níveis do sistema educacional italiano o ensino pode ser acessado de forma gratuita. Esse aspecto inclui também os estrangeiros. Porém, saiba que taxas podem ser cobradas, principalmente quando estamos falando das universidades italianas.

Até o ensino médio, as taxas cobradas por escolas públicas são relativamente muito baixas, sendo destinadas para auxiliar na manutenção dos serviços da escola. É claro que se você optar por uma escola particular, a situação será diferente. As mensalidades de uma scuola media privada na Itália variam entre 300 e 700 euros.

Por fim, devemos destacar que as famílias de baixa renda, italianas e estrangeiras, são isentas de qualquer tipo de taxa. Isso vale tanto para as escolas quanto para as universidades públicas.

Escola pública ou privada, como é na Itália?

As escolas públicas e privadas na Itália seguem o mesmo programa de ensino, como é determinado por uma lei sobre as escolas privadas presente na Constituição Italiana e presente no site do MIUR, que determina que as escolas particulares devem ser paritárias (seguir o mesmo conteúdo).

Quanto à qualidade, podemos dizer que o ensino público e o privado seguem o mesmo padrão alto. Talvez a maior diferença possa estar relacionada aos pais que querem que os seus filhos estudem em escolas internacionais.

As escolas internacionais são sempre privadas. Elas oferecem ensino em outra língua e preparam a criança/adolescente para ir para fora do país.

Escola pública na Itália

As escolas públicas na Itália são divididas em 2 diferentes tipos: aquelas comunali e as statali. A diferença está na administração da escola: as primeiras são organizadas pelas próprias cidades (escolas municipais) e as segundas são governadas pelo Estado italiano por meio do MIUR (são federais).

As crianças e os adolescentes podem estudar de forma gratuita nos dois tipos de escolas.

Escola privada na Itália

Como foi mencionado, a escolha de colocar um filho em uma escola privada é unicamente dos pais, uma vez que o ensino na Itália é de qualidade também nas escolas públicas.

Talvez a maior diferença esteja relacionada com a região da Itália na qual a escola está localizada. É claro que existem regiões mais ricas e menos ricas. Naquelas menos ricas, alguns pais optam por colocar os seus filhos em escolas privadas, buscando uma estrutura melhor e maior organização.

Alunos acompanham no computador
Tanto a rede pública quanto a privada garantem um ótimo ensino na Itália.

Porém, podemos dizer que estudar em escolas privadas é uma exceção na Itália, sendo a escola pública a escolha da maioria.

O que saber sobre a educação na Itália

Agora que você sabe como a educação na Itália é dividida, confira outras informações sobre o sistema educacional.

Matrículas

Se você quer estudar na Itália, é fundamental que você saiba quando a sua matrícula deve ser realizada.

As matrículas escolares não possuem uma data específica em todo o país, uma vez que a época e a duração do período variam de acordo com as cidades da Itália em questão.

É interessante que você busque mais informações no comune da sua residência. Porém, saiba que as matrículas escolares normalmente abrem entre os meses de janeiro e maio.

O mesmo é válido para as universidades: normalmente, as matrículas podem ser feitas até o mês de setembro, mas é sempre bom consultar site das instituições desejadas. Essa regra não é válida para as instituições particulares, que possuem datas específicas que normalmente se concentram mais no primeiro semestre.

Modelo de avaliação e notas

O sistema de ensino na Itália é muito rígido. Ele é baseado, principalmente, na memorização do aluno. Assim, desde pequenos, os alunos são treinados a responder perguntas muito específicas sobre os mais variados assuntos da grade curricular.

Você também deve saber que a maioria das provas são orais, principalmente a partir da scuola superiore e na universidade. Quando eu estudei por um período na scuola elementare italiano, nós tínhamos que fazer provas orais periódicas para testar a nossa memorização sobre os mais variados assuntos.

Na Universidade de Pádua, em que eu estudo atualmente, praticamente todas as minhas provas são feitas de forma oral.

Ainda, podemos dizer que o sistema italiano é muito conteudista. As provas são baseadas em muito conteúdo, tanto no ensino médio como também na universidade.

As notas, por sua vez, possuem sistemas específicos dentro de cada uma das estruturas do sistema educacional. Durante a scuola elementare, as minhas notas variavam de 0-10, como em muitas escolas brasileiras.

O sistema universitário italiano possui uma estrutura de notas única em todo o país. As notas podem variar de 0 a 30, sendo 18 o mínimo para passar na prova. Se o professor achar que a sua prova foi muito boa, ele pode ir além da nota máxima e te dar “30 e lode” (30 com honras).

Ano letivo italiano

O ano letivo na Itália é completamente diferente do Brasil, uma vez que as estações do ano também são diferentes. Pelo fato de a Itália estar localizada no hemisfério norte e as estações do ano italianas são o contrário das brasileiras. O ano letivo segue quase a mesma lógica e evita-se estudar no verão.

As escolas e as universidades começam em setembro e terminam em junho (no caso das universidades, ainda são aplicadas provas em junho e julho).

As férias acontecem entre os meses de julho e agosto, justamente no verão italiano. Existe uma pequena pausa no fim do ano, entre o Natal e a primeira semana de janeiro, e também na Páscoa.

Principais diferenças entre a educação na Itália e no Brasil

Como vimos, existem algumas diferenças entre a educação na Itália e no Brasil. Conheça algumas delas a seguir.

O formato das provas

Como mencionado, a maior parte das provas italianas são feitas de forma oral, tanto no ensino fundamental e médio como também no ensino superior. Até mesmo a principal prova do país, a maturità, possui uma etapa oral.

A prova oral é uma verdadeira tradição do sistema de ensino italiano. Os concursos públicos também atuam da mesma forma.

O Brasil, pelo contrário, não possui o costume de aplicar provas no formato oral.

O conteúdo cobrado

As escolas e as universidades italianas têm o objetivo de explorar o conhecimento do aluno. Apesar de essa característica ser positiva, uma vez que as aulas são extremamente detalhistas e recheadas de conteúdos, ela possui também um lado negativo: o desenvolvimento criativo dos alunos é deixado em segundo plano.

Nas universidades, por exemplo, os alunos dificilmente fazem seminários, fichamentos ou trabalhos para serem aprovados nas matérias. A aprovação depende, na maior parte dos casos, do êxito do aluno na prova oral aplicada pelo professor.

Um direito e um dever

Na Itália, frequentar as etapas da vida escolar consideradas obrigatórias são consideradas um dever, e dessa forma, o Estado provê o ensino gratuito para garantir o acesso de crianças e adolescentes às escolas.

Ainda, a educação na Itália é também um direito e, dessa forma, não se estende apenas aos cidadãos que possuem cidadania europeia. Todos têm acesso aos mesmos métodos de ensino e às mesmas oportunidades escolares, incluindo os brasileiros na Itália.

Os custos

Afinal, quanto custa estudar na Itália? Como mencionado, o direito à escola é garantido pelo Estado Italiano para todos os adolescentes até os 18 anos, sendo a frequência obrigatória até os 16. Dessa maneira, as creches, as pré-escolas, as escolas primárias e as escolas secundárias cobram taxas muito baixas das famílias dos alunos.

Essas taxas são calculadas conforme a renda familiar e podem variar entre 0 a 500 euros por ano para as escolas públicas. O mesmo acontece com as universidades públicas: cada estudante deve fornecer o próprio ISEE Università, uma espécie de imposto de renda, para calcular quanto deverá pagar.

Assim, podemos dizer que existem diversas formas de estudar de graça na Itália, principalmente se você optar por instituições públicas.