A Itália é conhecida pelas excelentes universidades, com títulos que fazem a diferença nas disputas por vagas de emprego. Para descobrir como estudar na Itália, garantindo destaque no mercado internacional, confira as dicas deste artigo.
Pergunta | Resposta |
Quanto custa estudar na Itália? | Depende. Os cursos de bacharelado variam entre 400€ e 4.000€ anuais nas universidades públicas, e de 6.000€ a 20.000€ nas privadas. |
Como estudar de graça na Itália? | O Governo Italiano oferece bolsas de estudo que isentam o pagamento do curso, e algumas oferecem até ajuda de custo. |
Como estudar na Itália com Enem? | O ensino superior italiano não reconhece a pontuação do Enem em seu processo de admissão. |
Índice do artigo
Passo a passo para estudar na Itália
Primeiramente, existem dois caminhos para o ensino superior italiano: ingressar como cidadão estrangeiro ou cidadão europeu.
Se você tem direito à cidadania italiana ou é cidadão de qualquer outro país da União Europeia, saiba que é ainda mais fácil!
Para todos os candidatos, o primeiro passo para estudar na Itália é ficar atento ao calendário das universidades e prazos de inscrição. As datas são disponibilizadas nos sites de cada instituição, mas, como regra geral, o ano acadêmico começa em meados de setembro/início de outubro.
Procedimento para alunos estrangeiros
Para estrangeiros, o processo de inscrição em faculdades italianas é um pouco mais demorado. Por isso, é recomendado planejar sua mudança com, no mínimo, um ano de antecedência.
1. Escolha a universidade e curso
O primeiro passo para estudar na Itália é decidir o curso. O currículo de graduação italiano é classificado como:
- Laurea Trienalli: o equivalente ao diploma de Bacharel no Brasil, com duração de três anos;
- Laurea Magistrale: um curso que inclui uma especialização, além da Laurea Trienalli, que equivale ao Mestrado no Brasil. Possui duração de 5 anos.
Além destes cursos, as universidades italianas também oferecem cursos de Mestrado e Pós-Graduação, com duração média de dois anos, e programas específicos de Doutorados e Programas de Pesquisa, com duração variável.
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Ver Cotação →Ao escolher a universidade, é importante saber que algumas instituições são reconhecidas em todo o mundo, como é o caso dos cursos de Design, Arquitetura e Engenharia do Politecnico di Milano. Confira aqui o ranking das melhores universidades italianas.
Além da qualidade de ensino, deve-se levar em conta o custo de vida da cidade escolhida. Nos casos das universidades que ficam nos grandes centros, como Roma e Milão, uma opção mais barata é morar em cidades-satélites, com fácil acesso ao transporte público.
2. Providencie a documentação necessária
Após escolher seu curso e universidade na Itália, é importante acessar o site oficial da instituição de ensino, para conferir os documentos que deverão ser apresentados. Como regra geral, as universidades italianas pedem:
- Histórico escolar do Ensino Fundamental;
- Certificado de conclusão do Ensino Fundamental;
- Histórico escolar do Ensino Médio;
- Certificado de conclusão do Ensino médio.
Para cursos de pós-graduação, os certificados de conclusão da graduação e histórico escolar também devem ser apresentados, com um pedido de equivalência de disciplinas parecido com o que existe no Brasil.
Todos os documentos devem estar devidamente traduzidos para o italiano e apostilados, um processo que pode ser feito por tradutores juramentados.
Atenção: uma exigência das faculdades italianas é ter feito, no mínimo, 12 anos de escola regular. Caso você tenha feito menos de 12 anos entre o Ensino Fundamental e Médio, é recomendado apostilar também conclusão da pré-escola ou o primeiro ano de faculdade.
3. Faça a inscrição no curso universitário
O período de inscrição para alunos estrangeiros, muitas vezes, é separado da inscrição dos alunos cidadãos. Por isso, fique de olho no calendário de cada instituição de ensino!
É comum que as universidades aceitem inscrições a partir de abril ou maio, mas as datas variam.
4. Dê entrada no visto de estudante no Consulado Italiano
Agora, você já pode pedir seu visto de estudante!
Uma das exigências do visto de estudante, emitido pelo governo italiano, é a inscrição em uma instituição de ensino. Por isso, consulte o Consulado Italiano no Brasil mais próximo de sua cidade, com o comprovante em mãos.
Procedimento para alunos europeus
Para os brasileiros que possuem a cidadania italiana ou europeia, estudar na Itália é um processo bastante simples. Como cidadão italiano ou europeu com residência na Itália, você tem os mesmos direitos que aqueles que nasceram no continente.
Dessa forma, você não precisa se preocupar com vistos, obrigatórios para estudantes estrangeiros. No entanto, caso você tenha completado seus estudos no Brasil ou em qualquer outro país, é importante ficar atento à validação e tradução de diplomas.
Frequência não obrigatória às aulas e provas orais
Nas universidades italianas não é obrigatório frequentar as aulas, por mais estranho que possa parecer. Inclusive, os programas das disciplinas são adaptados para estudantes que assistem as aulas presencialmente ou não. Quem não assiste, costuma ter uma exigência de leitura bem maior.
Além disso, a regra geral de avaliação nas universidades italianas é a prova oral, que é bem mais comum do que a avaliação escrita (que também existe). Se for reprovado ou não ficar satisfeito com a nota, o estudante tem direito a repetir a prova.
Quanto custa para estudar na Itália?
Para estudar na Itália, uma parte importante do planejamento é o custo. Ao contrário do Brasil, as universidades públicas italianas não são gratuitas.
As taxas anuais, no entanto, variam com a declaração de imposto de renda. Ou seja, quem ganha mais, paga mais.
Além disso, cada instituição cobra valores específicos. Confira alguns exemplos dos preços médios em faculdades italianas consultados em janeiro de 2023 nos sites das próprias universidades:
Universidade | Valor anual |
Università di Pavia | De 400€ a 4500€ |
Politecnico di Milano | De 888,59€ a 3.891,59€ |
Università di Padova | Entre 2.533€ e 2.948€ |
Università Sapienza | De 1.200€ a 2.821€ |
Jas as universidades privadas são mais caras e cobram de 6.000€ a 20.000€ por ano.
Para descobrir uma universidade e curso adequado ao seu bolso, o Universitaly divide as instituições por cursos, níveis de especialização e região. O site também traz informações sobre bolsas, principalmente as que estão disponíveis para todas as universidades.
O custo de estudar na Itália envolve só a taxa da universidade?
Não.
Estudar na Itália envolve um planejamento que, além do curso, deve levar em consideração moradia, transporte, alimentação e lazer.
Estudantes que não possuem cidadania italiana devem ficar atentos às taxas para o visto. Atualmente, o visto de estudante para cursos universitários custa R$ 272,30, segundo o site do Consulado da Itália em Belo Horizonte.
Por isso, é importante ficar de olho nas bolsas de estudos. Além de diminuir as taxas anuais dos cursos universitários, algumas oferecem até mesmo ajuda de custo para estudantes estrangeiros.
Como conseguir bolsa para estudar na Itália?
Para conseguir uma bolsa para estudar na Itália, você precisa se encaixar em alguns pré-requisitos. Algumas instituições oferecem bolsas próprias, que premiam alunos com notas excepcionais, mas grande parte dos descontos são baseados na renda familiar.

O candidato à bolsa de estudos deve apresentar o ISEE Università, que servirá de base para calcular o valor das taxas anuais. Para estudantes estrangeiros, os documentos necessários para o ISEE são:
- Certidão de Nascimento/Passaporte;
- Declaração de Imposto de Renda do país de origem;
- Registro de patrimônios no país de origem (escrituras de imóveis ou registros de empresas).
Todos os documentos devem ser originais, com certificações adequadas do órgão emissor, e traduzidas para o italiano, por um tradutor registrado no Consulado Brasileiro.
O governo italiano, através do Ministero dell’Instruzione, Università e Ricerca (MIUR), também oferece bolsas de estudos, baseadas na renda média familiar. De acordo com o site do órgão, os candidatos conseguem auxílio-moradia, ajuda de custo e isenção de taxas universitárias.
Como conseguir a bolsa MAECI para estudar na Itália?
O Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale (MAECI), seção do governo italiano responsável por assuntos internacionais, oferece bolsas exclusivas para alunos estrangeiros. As bolsas, que duram de 6 a 9 meses, oferecem aos alunos 900€ ao mês.
Para conseguir a bolsa MAECI, os candidatos devem:
- Ter interesse em cursos de Laurea Magistrale (Mestrado), alta formação artística (AFAM), Doutorado ou Programa de Pesquisa;
- Apresentar título de estudos válido, que possibilite a inscrição no curso escolhido;
- Ter idade inferior a 28 anos (até a data de inscrição);
- Apresentar certificado de proficiência em italiano nível B2 ou, para cursos ministrados em inglês, proficiência em inglês nível B2.
O edital para a bolsa MAECI é publicado anualmente, e as inscrições devem ser feitas no site do MAECI, respeitando a data limite.
Como funciona o vestibular na Itália?
O vestibular na Itália, ao contrário do Brasil, não é um pré-requisito para a entrada no ensino superior.
Boa parte dos cursos são a numero aperto, ou seja, de livre acesso. Algumas universidades, como Politecnico di Milano e Politecnico di Torino, possuem provas próprias.
O Acesso Programmato, prova em nível nacional semelhante ao Enem brasileiro, é um pré-requisito específico de alguns cursos. São eles:
- Medicina e Cirurgia;
- Odontologia e Próteses Dentárias;
- Medicina Veterinária;
- Arquitetura.
O Acesso Programmato é exigido também nas modalidades em inglês dos cursos de Medicina, Cirurgia, Odontologia e Próteses Dentárias.
Para conhecer mais detalhes sobre o que é preciso para estudar na Itália, veja este vídeo do canal da Verinha Simões, em que ela resume as 4 etapas principais para quem quer estudar no país:
Como estudar medicina na Itália?
Para estudar medicina na Itália, o aluno deve ser aceito no Acesso Programmato. A prova, elaborada pelo MIUR, é parecida com o vestibular brasileiro: são 60 questões, que abordam matérias do ensino médio e conhecimentos gerais. Você pode encontrar provas antigas aqui no site Accesso Programmato.
Ao se inscrever no vestibular italiano de Medicina, o aluno deve escolher três instituições que oferecem o curso. O ingresso se dará através da pontuação na prova, além da oferta de vagas de cada universidade.
Como regra geral, as universidades italianas são mais focadas na teoria que na prática. Ao contrário do Brasil, é incomum ver estudantes universitários que trabalham em meio período. No curso de Medicina, a prática de residência é reservada aos cursos de especialização.
É necessário visto para estudar na Itália?
Sim, o visto para estudar na Itália é obrigatório.
Mesmo para cursos com duração menor de três meses, que se encaixam no visto de turista, o visto de estudante é exigido no ato da matrícula.
O visto deve ser feito ainda no Brasil, mediante um pedido no Consulado Italiano, uma vez que o governo não fornece essa documentação para quem já está no país.
Se você possui cidadania italiana ou europeia, no entanto, pode viajar tranquilamente. Cidadãos da União Europeia são livres para estudar, trabalhar e morar legalmente na Itália, sem a necessidade de um Permesso di Soggiorno.
Como estudar e trabalhar na Itália?
Quem quer estudar na Itália costuma se perguntar: é possível trabalhar ao mesmo tempo? A resposta simples é sim, mas existem algumas regras a serem observadas.
O Permesso di Soggiorno per motivi di studio, o visto de estudante italiano, garante o direito ao trabalho. No entanto, o contrato não pode superar as 20 horas semanais. Por isso, não é raro conhecer estudantes estrangeiros que possuem funções de meio período, como garçons.
No entanto, as universidades italianas costumam ser exaustivas. A carga horária de estudos, o conteúdo dos exames e o nível de exigência de alguns cursos costumam ser altos, o que acaba tomando todo o tempo dos alunos.
Precisa saber italiano para estudar na Itália?
Não é necessário saber italiano para estudar na Itália, mas ajuda.
Muitos cursos são ministrados em inglês, desde a graduação até pós-doutorado. Para esses cursos, você deverá apresentar um certificado de proficiência em inglês nível B2.
É importante lembrar, porém, que não é fácil encontrar pessoas que falam inglês na Itália, principalmente fora de cidades como Roma, Milão e Florença. Para tarefas mais burocráticas, como alugar um apartamento, é recomendado aprender o básico da língua.
Vale a pena estudar na Itália?
Quem já passou pela experiência, garante: vale a pena estudar na Itália.
O país da bota possui algumas das universidades mais conceituadas da Europa, e oferece um custo de vida menor que países como Inglaterra, Irlanda e Alemanha.
Além disso, a proximidade do italiano ao português facilita o aprendizado. Muitas pessoas conseguem atingir níveis avançados da língua sem precisar de aulas.
Sem falar das belas paisagens, cidades históricas e gastronomia inigualável. Morar na Itália, de maneira geral, é uma experiência prazerosa.

Perguntas frequentes
Como comprovar meios de subsistência para estudantes estrangeiros na Itália?
Estudantes estrangeiros devem apresentar, de acordo com o ISEE, declaração de imposto de renda, declaração de bens e dados pessoais. Os documentos originais deverão ser apresentados com uma tradução juramentada.
Como estudar italiano de graça na Itália?
Existem várias iniciativas do governo italiano para ensinar o idioma a estrangeiros, além de núcleos de estudos com o mesmo foco nas universidades. A Comune di Torino, por exemplo, oferece uma série de recursos, assim como a Comune di Ferrara e a Comune di Milano.
Como validar meus estudos do Brasil para utilizar na Itália?
Já que os títulos internacionais não são reconhecidos na Itália, você deve providenciar uma Dichiarazione di valore in loco, que garante a validade do diploma. Depois, você deverá procurar uma universidade italiana e fazer a equivalência de estudos.
Depois de estudar na Itália, preciso validar o diploma no Brasil?
Sim, para que o diploma italiano seja reconhecido no Brasil, é preciso revalidar o diploma recebido na Itália, que deve ser analisado e reconhecido por uma universidade brasileira.
O processo deve ser encaminhado através do Portal Carolina Bori, criado especialmente para essa finalidade.
Se você ainda tem receio ou não se sente preparado para a mudança, recomendamos a leitura do ebook O Sonho de Morar na Europa, que reúne histórias de brasileiros que decidiram emigrar. Eles compartilham um pouco suas experiências, descobertas e concelhos para quem deseja mudar para o Velho Continente.