Fazer um mestrado na Itália pode ser a opção ideal para quem já acabou a graduação e busca um diferencial para o próprio currículo. Mas, para fazer a pós no país, é preciso passar por um processo de seleção com algumas peculiaridades.

Neste artigo, vamos te explicar como funciona o processo seletivo do mestrado no país da bota, o que é necessário para poder se inscrever e os melhores cursos oferecidos pelas instituições italianas. Buona lettura!

Perguntas Respostas
O que precisa para fazer mestrado na Itália? Será necessário fazer a inscrição, pagar a eventual taxa de inscrição e enviar toda a documentação online.
Quanto custa um mestrado na Itália? Entre 2.600€ e 5.000€ nas universidades públicas e conforme o curso escolhido.
Existe bolsa de mestrado na Itália? Sim, existem muitos programas de bolsa de mestrado na Itália que cobrem os custos da pós.

Como fazer mestrado na Itália?

Para fazer mestrado na Itália, você precisará:

  • Procurar o curso e a universidade italiana que mais lhe agradam;
  • Conferir os valores da anuidade e custo de vida na cidade;
  • Ficar atento ao processo seletivo e se inscrever;
  • Pagar eventual taxa de inscrição;
  • Participar da entrevista com a banca examinadora (caso previsto pelo seu curso);
  • Tirar o visto de estudante (caso seja cidadão europeu: não é necessário!);
  • Embarcar!

Como se organizar, considerando a diferença de calendário, burocracia e mudança?

Essa é uma ótima pergunta. O ideal é começar a procurar um curso e ler sobre a universidade, além de providenciar a tradução juramentada para italiano e a Apostila de Haia de toda a documentação com pelo menos 3 meses de antecedência. Desta forma, você não atrasa a sua ida e nem se desespera com a burocracia!

Para as traduções juramentadas, indicamos o serviço da Yellowling, uma excelente plataforma de traduções que conecta quem precisa desse serviço com tradutores profissionais certificados. Todo o processo é realizado de forma online, desde o orçamento até a entrega dos documentos, com assinatura digital do profissional. O custo-benefício é excelente e os prazos de entrega são rápidos.

Entendi. Mas, e agora? Confira o passo a passo que preparamos para você!

Como são os mestrados na Itália?

O mestrado na Itália se chama “Laurea magistrale” (LM), cuja duração é de 2 anos e dá ao estudante o título de “Dottore/Dottoressa magistrale”. São necessários 120 CFU (credito formativo universitário) para completar o curso, dos quais cerca de 24 CFU são destinados à pesquisa e à dissertação final e 9 CFU ao estágio obrigatório.

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É preciso estar atento e não confundir Laurea magistrale com Master: o primeiro é o mestrado acadêmico, o segundo um curso de pós-graduação na Itália voltado ao mercado de trabalho. Normalmente, as universidades italianas oferecem os dois tipos de programa.

Saiba que o MAECI — Ministero degli Affari Esteri (Ministério de Relações Exteriores da Itália), através de uma FAQ, tira as dúvidas mais frequentes dos candidatos interessados em cursar um mestrado na Itália.

Calendário acadêmico do mestrado

O ano acadêmico do sistema italiano começa em setembro/outubro e vai até julho, sendo que o primeiro semestre termina em janeiro. O segundo semestre, por outro lado, começa no final de fevereiro/início de março.

A maioria dos cursos de mestrado na Itália têm as matrículas abertas durante todo o primeiro semestre do ano acadêmico, sendo possível, desta forma, começar o curso tanto no primeiro semestre como no segundo semestre.

Porém, fique atento às datas-limite para candidaturas. Na Universidade de Pádua, por exemplo, as candidaturas para os cursos de mestrado acontecem em dois momentos distintos. O primeiro deles se inicia em novembro e termina em fevereiro. O segundo, por sua vez, se inicia em março e termina no mês de junho.

Quanto dura um mestrado na Itália?

A maioria dos cursos de Laurea magistrale na Itália possui uma duração total de 2 anos.

Porém, os estudantes podem se formar antes ou depois desse período, uma vez que a formatura no programa de mestrado depende das provas e da tese. Dessa maneira, assim que você acabar todas as provas previstas pelo seu curso e submeter a tese, você já pode se formar, independentemente da quantidade de tempo cursado.

O caso contrário também é muito frequente: como os cursos de mestrado na Itália são bem rigorosos, muitos estudantes não conseguem fazer todas as provas no tempo previsto de 2 anos e acabam se formando depois desse período, cursando 3 ou 4 anos na universidade.

E como escolher um curso?

O portal Universitaly, administrado e organizado pelo Ministero dell’Istruzione, Università e Ricerca, disponibiliza todos os cursos de mestrado na Itália reconhecidos pelo ministério em questão.

Lá, você poderá conferir quais são os cursos de mestrado que exigem exames de admissão, quais são ministrados em inglês, entre outras informações.

Processo seletivo

O processo seletivo para fazer o mestrado na Itália varia de programa a programa. Isso porque cada departamento decide como será o processo de seleção. Na maioria das vezes, não é necessário ter um projeto de pesquisa pronto, uma vez que a seleção dos candidatos é feita através da análise do histórico escolar e currículo.

Assim, o lado positivo disso é que, na maior parte das vezes, o exame de admissão não existe. Ou seja, o aluno pode se inscrever no curso desejado sem passar por processos de pré-seleção: são as chamadas “corsi a numero aperto” ou “corsi di accesso libero”.

Interior da Universidade de Pádua
Frequentar em prédios belíssimos como esse da Universidade de Pádua é um privilégio. Foto: Giovanna Mauro

Porém, alguns cursos de mestrado possuem vagas limitadas. Dessa forma, para a seleção dos candidatos, uma banca formada por acadêmicos da instituição irá avaliar as competências acadêmicas, as notas e o currículo dos mesmos e selecioná-los. Além disso, a banca pode propor também uma entrevista com você (em inglês ou em italiano, dependendo do curso da sua escolha).

Ao mesmo tempo, muitos cursos são acessíveis sem “vestibulares”. O vestibular na Itália engloba os cursos concorridos ou mais técnicos. Esses cursos são chamados “corsi di laurea magistrale a ciclo unico” e não são previstos cursos de mestrado nessas áreas, uma vez que o curso em si já dura 5 anos. Dentre esses cursos, podemos citar Medicina, Arquitetura e Direito.

Importância da graduação na hora de se matricular no mestrado

Os cursos de mestrado na Itália consideram o seu percurso acadêmico durante a graduação. Em outras palavras, para que você possa dar continuidade aos estudos e se inscrever em um mestrado, é necessário comprovar a validade e a pertinência do seu curso de graduação.

Por esse motivo, o departamento diretamente interessado, através de um conselho de professores, precisa emitir um documento chamado nulla osta (literalmente “nenhum impedimento”). Essa autorização será encaminhada para à secretaria geral, que dará prosseguimento ao processo de matrícula. Caso o nulla osta seja negado, o aluno não poderá se inscrever naquele específico programa de pós-graduação.

Conselho: não hesite em perguntar para a secretaria do departamento escolhido se o seu percurso de graduação é reconhecido ou não como percurso de estudos pelo programa de mestrado escolhido por você! Antes de se mudar para a Itália, leia a respeito do curso desejado, veja quais são os pré-requisitos e contate a secretaria. Melhor não arriscar a sua chance de morar na Itália, não é mesmo?

Como se candidatar ao mestrado na Itália?

Para se candidatar ao mestrado na Itália você deve ter atenção aos editais que as universidades abrem. Depois que você escolher a universidade, o curso e juntar todos os documentos necessários, você deve fazer a candidatura através do site da universidade. Algumas universidades não têm a candidatura pelo site aberta, por isso, se for o caso, você poderá fazer a candidatura em um consulado italiano no Brasil.

O aluno brasileiro que tenha a intenção de cursar um mestrado na Itália deverá traduzir e apostilar os seguintes documentos:

  • Diploma da Graduação;
  • Histórico escolar da Graduação com notas e número de créditos de cada disciplina cursada;
  • Certificado de conclusão do Ensino Médio;
  • Histórico escolar do Ensino Médio.

Além destes documentos, é imprescindível ter em mãos:

  • Passaporte brasileiro válido;
  • Certificado de proficiência de língua italiana nível B2 (caso o curso seja ministrado em italiano);
  • Exame de proficiência em inglês nível B2 (caso o curso seja ministrado em inglês);
  • Seguro saúde ou CDAM/IB2;
  • Carta de motivação escrita em inglês ou em italiano;
  • Currículo.

Todos os documentos devem ser, normalmente, inseridos na própria plataforma de candidaturas da universidade, juntamente com o resto da sua application.

Uma vez que você tiver em mãos toda a documentação, chegou a hora de escolher o curso desejado de mestrado na Itália desejado e se pré-inscrever no portal Universitaly (caso você não seja um cidadão europeu).

Algumas universidades exigem outros procedimentos, como a Universidade de Bolonha, que pede o teste ETS. Por esse motivo, é importante conferir o site de cada universidade.

Eu aconselho sempre entrar em contato com a secretaria do departamento que oferece o curso desejado e tirar todas as dúvidas, como:

  • O departamento aceita o meu curso de graduação brasileiro?
  • Eu tenho o número mínimo de CFU (180 CFU)?
  • Existem vagas destinadas exclusivamente aos alunos internacionais?

Eu tenho a cidadania italiana/europeia, preciso me pré-inscrever?

Caso você tenha a cidadania italiana (ou outra cidadania europeia), a pré-inscrição não é necessária, desta forma, você poderá se matricular diretamente na universidade.

Qual o valor de um curso de mestrado na Itália?

As anuidades das universidades italianas não costumam ser muito salgadas, se mantendo em torno dos 2.600€ anuais (com exceção das universidades particulares).

As taxas são calculadas com base na renda de cada família e, para isso, você deverá apresentar para a universidade o ISEE, um documento que pode ser obtido a partir da tradução e da legalização de documentos financeiros do seu núcleo familiar, como o imposto de renda brasileiro.

Com o cálculo das taxas, os valores acabam sendo muito justos, uma vez que cada estudante paga aquilo que “pode” conforme a renda familiar. O único problema para os estudantes brasileiros é que nós devemos preparar o ISEE com bastante antecedência, já que o processo para consegui-lo pode ser um pouco chatinho. Em primeiro lugar, você precisará traduzir e apostilar todas as páginas do imposto de renda do seu núcleo familiar e, uma vez na Itália, deverá levar os documentos no CAF (Centro di Assistenza Fiscale) para que eles os convertam para o ISEE.

Estudantes de mestrado na Itália
O mestrado na Itália não é gratuito, seja nas universidades públicas ou privadas.

Os valores das taxas das universidades públicas italianas (que são a maioria no país) são os mesmos para cidadãos europeus e para cidadãos não europeus. Porém, eles podem variar em algumas universidades particulares.

Abaixo, você pode conferir alguns exemplos de anuidade do mestrado na Itália para o ano acadêmico 2023/24:

Universidade Anuidade
Universidade de Pádua 2.626€
Universidade de Bolonha 3.060€
Università Bocconi (particular) 16.103€
Universidade de Nápoles Federico II 2.611€
Universidade de Roma “La Sapienza” 2.924€
Politécnico de Turim 5.202€

Todos esses valores são as “taxas máximas” dos cursos de mestrado. Assim, eles podem sofrer reduções conforme o valor do ISEE apresentado pelo estudante.

Como conseguir uma bolsa de estudo de mestrado na Itália?

Trabalhar na Itália e fazer mestrado é possível, mas bastante desafiador.

Primeiramente, porque é um país estrangeiro: pensar e estudar o tempo todo em outra língua é bastante cansativo. Em segundo lugar, porque quanto mais você demora para se formar, mais taxas você irá pagar. Em algumas instituições, inclusive, o valor das taxas também pode ser maior para estudantes que demoram para se formar.

Ainda, você deve também saber que as condições para obtenção do visto de estudante italiano preveem que o universitário brasileiro na Itália pode possuir um contrato de trabalho que não supere 20 horas semanais.

Diritto allo Studio Universitario (DSU)

Por isso, é interessante procurar bolsas de estudo na Itália. O direito à educação, na Itália, é garantido através do Diritto allo studio universitario (DSU). Cada agência regional fica responsável pela promoção e distribuição das bolsas de estudo a partir da situação financeira dos alunos. Tais agências são financiadas através de verbas municipais, estatais e regionais.

Em média, a bolsa de estudos é de cerca 250-300€ por mês e dá direito ao uso gratuito do restaurante universitário. Caso o aluno opte por uma vaga na moradia estudantil, o valor da bolsa tende a ser menor.

O valor das bolsas de estudo do DSU varia muito conforme a região da universidade em que o candidato quer estudar. De uma forma geral, podemos dizer que as bolsas seguem o custo de vida da Itália e, dessa maneira, são mais altas nas regiões norte e menores nas regiões do sul da Itália.

Os editais do DSU costumam sair em junho ou em julho e as inscrições vão até final de agosto/começo de setembro. Fique atento: para se candidatar, a sua renda familiar não deve superar um determinado valor, que varia de acordo com cada uma das regiões da Itália. Leia os editais com atenção para descobrir todos os requisitos.

Para se inscrever, você precisará comprovar a posse do ISEE, documento que pode ser obtido por meio da apresentação dos seguintes documentos ao CAF:

  • Declaração detalhada de renda familiar, traduzida e com Apostila de Haia;
  • Extrato de todos os membros do núcleo familiar, traduzido e apostilado;
  • Comprovante de renda de todos os membros do núcleo familiar, traduzido e apostilado;
  • Registro de patrimônios no país de origem (escrituras de imóveis ou registros de empresas), traduzido e apostilado;
  • Holerite de todos os membros do núcleo familiar, traduzido e apostilado.

Universidades particulares

As universidades particulares, como a Università Cattolica del Sacro Cuore, com sede em Milão, a LUISS, que possui sede em Roma e Milão, e a Università Luigi Bocconi, em Milão, também oferecem bolsas de estudo para mestrado na Itália.

As bolsas podem incluir a isenção parcial ou total das taxas, ou até mesmo, valores em dinheiro. Vale a pena consultar mais informações sobre as bolsas de estudo disponíveis no site de cada uma dessas universidades.

MAECI

O Ministero degli Affari Esteri, órgão do governo italiano conhecido como MAECI, oferece bolsas de estudo para quem quer cursar um mestrado na Itália. Elas duram de 6 a 9 meses, no valor de 900€ por mês.

Porém, fique atento: a bolsa do MAECI não cobre o período inteiro do curso (uma vez que os cursos de mestrado duram dois anos), deixando a responsabilidade total ao aluno de se manter durante os outros meses do mestrado na Itália. Por outro lado, nada impede ao aluno consiga também a bolsa de estudos na agência DSU local ou outro tipo de bolsa.

O edital para a bolsa oferecida pelo MAECI é publicado anualmente, e as inscrições devem ser feitas no site do Study in Italy, respeitando as datas previstas.

Bolsas das próprias universidades

Algumas universidades italianas oferecem bolsas de mérito para estudantes internacionais que querem cursar um mestrado na instituição.

É o caso da Universidade de Pádua, por exemplo, que oferece diversos tipos de bolsas de estudo. O mais conhecido deles é a Padua International Excellence Scholarship, que oferece aos alunos vencedores 8.000€ anuais e mais a isenção total das taxas da universidade. Porém, as bolsas são válidas somente para os cursos de mestrado oferecidos em inglês.

A Universidade de Bolonha também oferece bolsas para estudantes de mestrado. O programa recebe o nome de Unibo Action 1&2 e os candidatos são selecionados com base na pontuação que obtiveram na prova do GRE (Graduate Record Examination). Os candidatos selecionados recebem 11.000€ por ano.

Outra universidade que oferece bolsas para estudantes de mestrado é a Universidade de Milão — La Statale. O programa é conhecido como “Excellence Scholarships” e oferece 55 bolsas de 6.000€ anuais e 100 bolsas de isenção do pagamento das taxas universitárias.

Precisa de visto para estudar na Itália?

Se você não possui nenhuma cidadania europeia, o visto de estudante é imprescindível para poder fazer o mestrado na Itália. Sem ele, você não conseguirá se matricular no curso desejado, pedir o Permesso di soggiorno e nem ficar no país legalmente por mais de 3 meses.

O visto para estudar na Itália deverá ser solicitado através do Consulado italiano mais próximo da sua residência. Para solicitá-lo, é obrigatório se pré-inscrever no Universitaly no curso desejado. Caso contrário, o Consulado não poderá aceitar o pedido, uma vez que você não estará comprovando uma motivação de mudança para o país.

Os documentos exigidos para o visto de estudante são:

  • Formulário de pedido de visto preenchido;
  • Foto segundo as normativas do ICAO;
  • Passaporte com validade superior a 3 meses a partir da data final pedida no visto;
  • Comprovativo de alojamento na Itália;
  • Comprovativo de meios de sustento;
  • Comprovante de reserva de passagem aérea ida e volta;
  • Seguro saúde ou IB2;
  • Demonstração de renda para mostrar que é capaz de se manter no país (cerca de 450€ a 500€ por mês, dependendo de cada Consulado da Itália no Brasil).
  • Inscrição ou pré-inscrição no curso na universidade da Itália.

O visto costuma ficar pronto em cerca de 2 meses, sendo o prazo máximo de 3 meses.

Melhores mestrados na Itália

Existem cursos de mestrado na Itália em praticamente todas as áreas. Os rankings com os melhores cursos são realizados a partir da avaliação de vários critérios, como nível de empregabilidade, nível profissional e acadêmico dos docentes, nota média dos alunos, etc.

Universidade italiana
Além de escolher o mestrado na Itália, deve verificar se a universidade tem excelência. Foto: Giovanna Mauro

No momento de melhor curso de mestrado, é ideal que você descubra as instituições que possuem departamentos de excelência na área do curso que você pretende fazer.

Para te ajudar nessa difícil escolha, confira o ranking de 2023 com os departamentos de excelência de algumas universidades italianas:

  • Estudos Clássicos: Universidade de Roma “La Sapienza”;
  • História Antiga: Scuola Normale Superiore di Pisa;
  • Engenharias: Politénico de Milão;
  • Business e Management: Universidade Bocconi;
  • Direito: Universidade de Bolonha;
  • Farmácia: Universidade de Milão “La Statale”.

Tem que falar italiano para fazer mestrado na Itália?

Não necessariamente.

A maioria dos cursos de mestrado na Itália são ministrados em língua italiana. Porém, não se desanime: existem vários programas que são voltados à internacionalização e que possuem, dessa forma, uma grade de aulas inteiramente ministradas em inglês.

O portal Universitaly disponibiliza todos os cursos ministrados em língua inglesa, divididos por universidades e, por sua vez, elencados em ordem alfabética. São 607 opções em toda a Itália (a sigla do curso de mestrado deve conter LM seguida por um código numérico). É possível também observar os cursos de mestrado cuja inscrição é livre, sem necessidade de teste de admissão.

No site de cada universidade, da mesma forma, é possível verificar os cursos ministrados em língua inglesa. Saiba que o número de cursos de mestrado ministrados em inglês e oferecidos pelas instituições italianas aumenta a cada dia. A Universidade de Pádua, por exemplo, oferece mais de 40 cursos de mestrado ministrados exclusivamente em inglês.

Como são as aulas?

Depende. É necessário ver a grade do curso antes de se candidatar.

A maioria das universidades italianas não exige a presença obrigatória dos alunos nas aulas e, por isso, os universitários frequentam “quando querem” ou, até mesmo, não frequentam. Porém, você deve saber que os professores fazem um cronograma diferente para os alunos que não frequentam as aulas e, normalmente, a quantidade de livros que eles devem ler para fazer as provas é maior.

Além disso, quando as aulas são dadas para diversos cursos em simultâneo (quando é uma disciplina em comum) elas acontecem em anfiteatros ou, até mesmo, em salas de cinema. As disciplinas que são específicas do curso têm aulas em salas de aulas comuns ou em laboratórios, dependendo das necessidades da disciplina.

As aulas dos cursos de mestrado na Itália costumam ser muito teóricas e baseadas nos conteúdos e livros que serão cobrados nas provas (quase sempre orais).

Cheguei na Itália, e agora?

Documentação legalizada e apostilada em mãos, pré-inscrição feita, visto expedido, passagens compradas. Chegou a hora de embarcar!

Quando você já estiver na Itália, deverá finalizar o pedido de matrícula na universidade e dar entrada no Permesso di soggiorno per motivi di studi. O permesso é o documento que permite a sua estadia legal no país como estudante.

Atenção: não confunda o visto de estudos com o Permesso di Soggiorno: todos os brasileiros que solicitam algum tipo de visto no Brasil deverão também solicitar o permesso assim que chegarem na Itália.

Chegando na Itália, você deverá:

  • Realizar o pedido de nulla osta (autorização) para a validação da sua graduação realizada no Brasil, na secretaria da universidade que se ocupa de alunos estrangeiros (é importante entrar em contato com a universidade antes de se mudar para a Itália!);
  • Terminar a matrícula no curso de mestrado desejado;
  • Entrar com o pedido de Permesso di soggiorno per motivi di studi;
  • Começar a estudar!

Como é fazer mestrado na Itália? Minha experiência

Por se tratar de um curso de pós-graduação, algumas diferenças ficam bastante evidentes.

Idade

A primeira coisa que notei foi a idade média dos alunos: é mais baixa na Itália. Isso porque os italianos se formam na faculdade mais cedo. Diferentemente do Brasil, a graduação italiana dura somente 3 anos.

Não posso ser jubilado

Na Itália, se por um lado não existe o processo de jubilação; por outro, existe o chamado “studente fuori corso”, cujo significado seria um aluno que não conseguiu fazer as provas no ano/semestre ideal, ou seja, previsto pela universidade.

Muitas possibilidades por ano para passar em uma prova

O calendário das provas não são organizadas por semestre, como no Brasil. Existem quatro possibilidades de “sessão de provas”: são os chamados “appelli di esame”.

Em linha de máxima, dividem-se conforme as estações do ano na Itália : appello invernale (janeiro – março), appello primaverile (abril – junho), appello estivo (julho – setembro) e appello autunnale (outubro – dezembro). Se você não se organizar bem, fica muito fácil se “perder” com as provas na Itália.

Porém, um ponto muito positivo do sistema de ensino italiano é que o aluno pode fazer a prova mais de uma vez, até conseguir uma nota que considerar “suficiente”. Na Universidade de Pádua, por exemplo, os alunos podem fazer cada uma das provas seis vezes.

Notas

As notas na Itália vão de 18 a 30. Porém, o aluno não necessariamente tem a obrigação de aceitar a nota que o professor lhe der: existe a possibilidade de recusar uma nota e, deste modo, o aluno pode refazer a prova no “appello” seguinte.

Caso o aluno tenha ido muito bem na prova, o professor pode propor a “lode” (louvor). Outra curiosidade: a maior parte das provas é feita de forma oral, porém existem exceções.

Tesi di laurea

A dissertação final (tesi di laurea, em italiano) é julgada por uma banca de professores (“Commissione di laurea”), que avalia a pesquisa, os resultados e a metodologia, e claro, a defesa da tese. A nota mínima para ser aprovado é 66 e a máxima é 110. Caso o trabalho final seja digno de louvor, a “commissione” (comissão) pode adicionar a lode à nota final.

Vale a pena fazer mestrado na Itália?

Responder a essa pergunta não é muito fácil. Mas acho que se você chegou até aqui, você está querendo uma resposta mais clara, não é mesmo?

Bom, depende do que você espera do seu mestrado. Você quer continuar morando na Itália após o curso? Ou você está buscando um up no seu currículo?

Experiência pessoal

Eu, Bruna, optei por cursar uma Laurea magistrale, ao invés de um Master universitario, porque eu gostaria de ter um título de pós-graduação que tivesse validade também na União Europeia. O Master universitario não é um título acadêmico reconhecido na Europa, mas si, um curso de pós-graduação inerente ao contexto italiano.

Me formei em Letras na USP, mas gostaria de fazer um mestrado na Itália que aliasse Linguística, Comunicação Digital e Política. Por isso, optei pela Laurea magistrale in Comunicazione pubblica, digitale e d’impresa.

Esse programa possui dois currículos: Media digitali e Comunicazione d’impresa. Eu optei pelo primeiro. O curso alia teoria e prática, oferece laboratórios profissionalizantes, além de promover viagens para festivais de comunicação e jornalismo pela Itália.

A minha experiência foi bastante positiva, além de ter me preparado para o contexto acadêmico italiano, também me preparou para o mercado de trabalho italiano (apesar de todas as dificuldades da economia da Itália). Terminei o meu mestrado em junho, durante a pandemia, e fui aprovada com “110 e lode”.

Se você quer ouvir a experiência de mais uma brasileira que decidiu fazer o mestrado na Itália, você pode assistir ao vídeo da Nathalie Gurgel, que cursou o mestrado em Human Rights and Multi-Level Governance na Universidade de Pádua com uma bolsa completa.

Tenha em mente que estudar em outro país é uma oportunidade única. Aproveitar essa oportunidade para desenvolver as suas habilidades em um ambiente acadêmico, focado na produção de conhecimento é imperdível.

Quando temos a possibilidade de estudar em outro país, podemos conviver com outras culturas e estar em um estabelecimento de ensino diferente daquilo que estamos acostumados. E ainda aprender a conviver com diferentes pessoas, aprender uma nova língua, enfim, acabamos por crescer tanto como pessoas quanto como estudantes/profissionais.

Considere bem todas as suas opções. Se achar que o mestrado na Itália é para você, então boa sorte no seu processo!