Morar em Madrid é para quem gosta de viver intensamente de dia e principalmente à noite. Com mais de três milhões de habitantes na região metropolitana, Madrid também é uma das cidades da Espanha com o maior número de imigrantes, e não há dúvidas de que essa mistura de diversas culturas cria uma atmosfera acolhedora para quem vem de fora.

Se você quer saber como é morar em Madrid, confira no artigo a seguir as principais informações, desde o custo de vida até os melhores bairros para viver.

Como morar em Madrid legalmente?

A forma mais fácil de morar em Madrid legalmente é ter cidadania espanhola ou de outro país da União Europeia, assim você não precisa solicitar um visto. Mas, se você não se encaixa em uma dessas duas opções, saiba que existem outras formas de morar legalmente no país, como para estudar, trabalhar, empreender, investir ou aposentar.

Precisa de visto para morar em Madrid?

Sim, os brasileiros que não têm cidadania da União Europeia precisam de visto para morar em Madrid. Veja as opções:

  • Visto de estudo: é preciso ter em mãos a documentação que comprove que você vai  fazer um estágio, serviço voluntário ou estudar na Espanha;
  • Visto de trabalho: é necessário ter um contrato de trabalho com alguma empresa na Espanha para solicitar esse tipo de visto e trabalhar de forma remunerada;
  • Visto para aposentados e renda fixa: esse visto é para quem tem renda fixa ou aposentadoria no Brasil e não pretende realizar atividade econômica ou profissional na Espanha. No entanto, é necessário ter uma renda mensal igual ou superior a 2.151,36€. E, um adicional por mês de 537,84€ para arcar com o sustento de cada familiar que more com você;
  • Visto para empreendedores e investidores: esse visto é para quem planeja abrir um negócio na Espanha ou quer realizar um investimento monetário significativo como, por exemplo, investir, no mínimo, 2 milhões de euros na compra de títulos da dívida pública espanhola ou comprar um imóvel no valor mínimo de 500 mil euros situado em território espanhol;
  • Visto de reagrupamento familiar: se você é familiar direto de espanhóis ou de um residente legal na Espanha pode solicitar este visto;
  • Visto de nômades digitais: para trabalhadores à distância de empresas sediadas fora da Espanha, profissionais por conta própria que trabalham em remoto ou empreendedores digitais.

Com exceção do visto para nômade digital, em todos os casos, o visto é solicitado sempre no país de origem. Ou seja, nos Consulados Espanhóis nas cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. O valor varia, sendo o de reagrupamento o mais barato (16,54€), e o de trabalho o mais caro (201,82€).

Custo de vida para morar em Madrid

Viver em uma grande cidade tem seu preço, e o custo de vida em Madrid é o mais caro do país. Entretanto, o que você vai gastar depende muito do estilo de vida que pretende levar.

Para se ter uma noção de quanto é preciso para morar em Madrid, listamos alguns dos principais custos para um casal. Os dados são do portal calculador de custo de vida Numbeo, tendo sido atualizados em março de 2023.

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Despesas Valor
Aluguel apartamento de 1 quarto no centro da cidade 1.008,89€
Contas da casa (luz, água, gás) 169,71€
Internet 33,10€
Transporte público mensal (por pessoa) 54,55€
Alimentação 350€
Refeição para duas pessoas em restaurante com entrada, prato principal e sobremesa 50€
Total para duas pessoas 1.720,80€

Supermercado em Madrid

Dá para comer bem e gastar pouco. O que você vai ver de mais caro no supermercado é a carne, e o peixe também não é tão barato. Porém, o frango tem um bom preço.

Os supermercados mais baratos são o Día e o Lidl, enquanto o Carrefour e o Supersol são os mais caros. Já o Mercadona, é a rede queridinha dos espanhóis. Reza a lenda que é mais barato, especialmente porque vende apenas a sua própria marca, Hacendado. Contudo, segundo os dados da Organização de Consumidores e Usuários (OCU), foi a rede que mais subiu preços em 2022.

A rede francesa Alcampo é uma opção econômica para quem mora nos arredores de Madrid, já que a maioria das unidades está localizada nestas regiões. Por isso, é importante destacar que a opção mais em conta vai depender de onde você vive.

Ainda mais, é possível encontrar as lojas de bairro, como açougues e quitandas. Nestes casos, o preço tende ser mais elevado, mas se você prestar atenção, sempre há algo que vale a pena.

Para ter uma estimativa, vejamos a tabela baseada nos dados do Numbeo.

Alimento Preço
Leite 0,91€
Pão de forma 1,13€
Arroz 1,27€
Ovos (12) 2,41€
Queijo local (1 kg) 10,89€
Frango (1 kg) 7,33€
Carne moída 12,33€
Maçã (1 kg) 2,14€
Banana (1 kg) 1,91€
Laranja (1 kg) 1,76€
Tomate (1 kg) 1,98€
Batata inglesa (1 kg) 1,26€
Cebola (1 kg) 1,37€
Alface (1 peça) 1,03€
Água (1,5 litro) 0,70€
Garrafa de vinho 5,60€
Cerveja nacional (0,5 litro) 1,02€

Cuidado com a conta de luz

Esta é uma grande queixa dos espanhóis em geral. Pelo fato de dependerem tanto de importações, o preço da eletricidade é impactado por valores logísticos e as matérias-primas.

Na hora de alugar, peça o certificado energético do apartamento e o histórico de contas para não tomar um susto ao receber um boleto. Para quem usa ar-condicionado, os meses mais caros são no verão. Mas se o aquecedor for elétrico, o inverno também pode pesar nos gastos.

Entre 2022 e 2023, o preço da eletricidade disparou. Por isso, governo tem lançado algumas medidas para controlar este aumento. Segundo a OCU, o preço médio da luz em fevereiro de 2023 foi de 76,72€. Anualmente, estes são os dados.

Ano Preço médio mensal
2023 (previsão) 66,68€
2022 105,48€
2021 79,11€
2020 56,28€
2019 62,33€

É preciso analisar esta tabela com cuidado. Considere que entre 2014 e 2019, o preço flutuava pouco, entre 62,33€ e 66,93€. Já em 2020, o valor diminuiu mesmo com a quarentena provocada pela pandemia. Neste período, governo adotou medidas para reduzir o preço da luz ao cidadão.

Em 2021, a média mensal saltou para quase 80€ porque houve um aumento do custo de matérias-primas, como o gás, assim como uma elevação do preço dos direitos para a emissão de CO2.

Chegando a 2022, a Europa começou a enfrentar as adversidades geradas pela guerra na Ucrânia, que causou um novo aumento do valor das matérias-primas. Já no início de 2023, o governo entrou com medidas para controlar a crise energética e os impactos gerados pelo conflito.

Em suma, os acontecimentos globais afetam diretamente o preço da eletricidade na Espanha. Além disso, lembre-se que a tabela acima se refere ao preço médio mensal de todo país. Se você mora sozinho ou com um companheiro, este valor pode ser mais baixo.

Como encontrar apartamentos para alugar em Madrid

Encontrar apartamento em Madrid é uma saga que exige muita paciência e persistência. Com o final da pandemia, o turismo em Madrid foi retomado e fez com que o número de Airbnbs e outras estância de aluguel para turistas aumentasse.

Ainda mais, muitos estudantes e jovens trabalhadores do mundo inteiro tiveram que regressar à vida na capital espanhola. O resultado é uma demanda altíssima e uma oferta limitada.

Sacada de imóvel para morar em Madrid
Ao procurar apartamento para morar em Madrid, é preciso tomar muito cuidado para não cair em golpes.

O ideal é que você comece a pesquisa pela internet para ter noção dos valores, localização e o estado dos apartamentos, mas nunca feche um negócio sem antes visitar o imóvel. Aqui na Espanha também há golpes no mercado imobiliário. A seguir, você encontrará alguns sites que podem ser úteis:

Como já comentamos, o preço médio do aluguel de um apartamento com um quarto é de pouco mais de mil euros. Porém, tudo vai depender da localização e, claro, do número de quartos que você necessita. Veja a tabela da Numbeo com os dados de 2023.

Tipo de apartamento Preço médio mensal
Aluguel apartamento de 1 quarto no centro da cidade 1.008,89 €
Aluguel apartamento de 1 quarto fora do centro da cidade 784,90 €
Aluguel apartamento de 3 quartos no centro da cidade 1.758,54 €
Aluguel apartamento de 3 quartos fora do centro da cidade 1.261,46 €

Bairros de Madrid: como escolher o seu

Madrid, o coração da Espanha, é grande e eclética. A cidade, com mais de 3 milhões de habitantes, é dividida em 21 distritos onde estão 131 bairros com características diferentes, mas excelentes para morar. Escolher uma região da cidade vai depender do perfil e do estilo de vida de cada um.

Por isso, selecionamos algumas regiões mais econômicas, outras com melhor localização ou ainda mais conforto e listamos o que você pode gostar nelas. Vamos lá?

Regiões centrais e mais caras

As regiões centrais que mais atraem imigrantes com alto poder aquisitivo são Salamanca, Chueca e Chamberí, de acordo com os dados do Bankinter. Todas estão muito bem localizadas, mas têm preços mais salgados. Chamberí, por exemplo, é um distrito dividido em seis bairros: Gaztambide, Arapiles, Almagro, Ríos Rosas, Trafalgar e Vallehermoso. Dentre estes, Almagro é o mais caro.

Com uma população de aproximadamente 150 mil habitantes, o distrito foi residência de boa parte da aristocracia dos séculos XIX e XX e, até hoje, é um excelente lugar para morar por ser tranquilo, seguro e possuir todos os tipos de serviços: escolas, esportes, áreas de lazer e áreas comerciais. Além disso, há também uma grande variedade de restaurantes, bares e vida noturna.

Veja a tabela de preços do Bankinter:

Bairro Distrito Mensalidade média (até 60 m2)
Recoletos Salamanca 1.161,00 €
Castellana Salamanca 1.057,20 €
Chueca-Justicia Centro 1.026,60 €
Almagro Chamberí 1.018,20 €
Jerónimos Retiro 1.003,80 €
Trafalgar Chamberí 1.000,20 €
Malasaña Centro 1.000,20 €
El Viso Chamartín 994,80 €
Goya Salamanca 985,20 €
Huertas-Cortes Centro 975,00 €

Zona residencial preferida das elites

Salamanca, com suas ruas largas e arborizadas, é tradicionalmente a zona residencial preferida das elites e dos amantes da moda. Embora tenha lojas luxuosas, não é uma zona exatamente turística, mas possui os mais descolados restaurantes da cidade. Nesta área, também estão localizadas as melhores escolas de negócios.

Chueca é um dos símbolos do orgulho gay de Madrid, cidade considerada uma das mais LGBTQI+ friendly da Europa e do mundo. A área foi recuperada e hoje é uma das mais badaladas da capital, com uma grande variedade de lojas de design e excelente vida noturna.

Outras opções para morar em Madrid são Malasaña e Lavapiés. Os novos bairros da moda, com localização central, têm preços inferiores quando comparados com os demais. No caso de Lavapiés, anteriormente, era considerado um bairro de imigrantes africanos e, por isso, tinha o preço mais em conta. Em 2023, isso continua sendo verdade, mas o fenômeno da gentrificação tem inflado os valores.

Ideal para estudantes

Moncloa é o bairro universitário de Madrid por excelência pela proximidade com as faculdades, residências e colégios mais famosos da capital, como o principal campus da Universidade Complutense (a maior e mais antiga Universidade da Espanha).

É um lugar bastante agradável e tranquilo, com um grande número de bares e restaurantes, além de muitas áreas verdes e locais para praticar esportes. Embora não seja uma zona central, tem boas conexões por meio do transporte público.

Para os jovens que querem ficar mais perto do centro da cidade e num lugar animado, La Latina é uma ótima opção. O pequeno bairro tem edifícios tradicionais e uma grande oferta cultural e gastronômica. Mas saiba que as ruas são estreitas e há poucas opções de estacionamento. Então, essa zona é ideal para quem não se incomoda de ficar sem carro. Vale lembrar que o metrô de Madrid chega em qualquer destino.

Para quem está pensando em dividir apartamento, pode ser ideal para encontrar quartos para alugar em Madrid.

Zona Norte tem conforto e bons preços

Se você não precisa ficar muito perto do centro, morar na zona norte da cidade tem uma boa relação custo-benefício. Essa parte de Madrid, formada por Las Tablas, Mirasierra, Hortaleza ou Chamartín, tem áreas verdes muito bonitas, prédios com piscinas comunitárias e escolas internacionais. Ou seja, é ideal para famílias com filhos.

Em Chamartín, por exemplo, uma boa região para morar é a área em torno do Parque de Berlim, tranquila e segura. Aqui se encontra o famoso estádio do clube de futebol Real Madrid, Santiago Bernabéu.

Com a volta ao escritório depois da pandemia da COVID-19, a zona tem ficado mais requisitada, já que é local para muitos edifícios comerciais e há muitas opções de metrô nas linhas 1 e 10, que levam ao Paseo de Castellana e à parada Plaza de Castilla. Se você é de São Paulo, vai reconhecer a região como a Faria Lima de Madrid.

Como trabalhar em Madrid?

Segundo o Reletório Infoempleo da Adecco, Madrid guarda mais de 20% das ofertas de emprego de todo país. Enquanto isso, o salário bruto médio é de 2.350 €, de acordo com a comparativa de renda da Bankinter.

Plaza Mayor de Madrid
Madrid é a cidade que tem a maior oferta de emprego da Espanha.

Por outro lado, precisamos lembrar que a competição é acirrada: com muitos profissionais qualificados, com ensino superior e pós graduação.

Por isso, venha preparado e considere que talvez seja necessário dar um passo atrás e concorrer por vagas mais júnior do que o seu nível no Brasil. Isso se dá por inúmeros motivos, dentre eles o uso do espanhol como língua materna, a preferência por nativos e o fato de que a experiência a nível nacional ou europeu é mais conhecida pelos contratadores.

Os dados de contratação e desemprego também não são animadores. Segundo as informações informações da Comunidade de Madrid, em fevereiro de 2023, haviam 313.969 pessoas desempregadas, sendo que pouco menos da metade estavam concentrados na cidade.

Enquanto isso, a taxa de desemprego é um pouco menor do que a nacional. A Espanha tem enfrentado dificuldades em diminuir o número de desempregados desde a crise de 2008. Ainda, 2022 foi um ano difícil, já que o desemprego no país foi de 12,87%, segundo o Instituto Nacional de Estatística da Espanha (INE). Em Madrid, este mesmo dado é de 11,5%.

Por outro lado, há oportunidades que já tinham boas previsões de crescimento e foram impulsionados pela crise, como a demanda por profissionais da tecnologia. A maior procura é por especialistas em comportamento de mercado, nuvem, dados, desenvolvedores, líderes de cibersegurança, arquitetos de soluções de várias ferramentas e gerentes de projetos.

Estudar em Madrid

A Espanha é um dos países da Europa com o maior número de instituições de ensino superior. Se a sua ideia é estudar no país ibérico, saiba que a Madrid possui uma altíssima oferta de cursos de graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado.

Entretanto, os preços dos cursos chegam a ser 147% maiores do que em outras comunidades autônomas. É claro que o valor vai depender de alguns fatores como o curso e a instituição escolhida. Embora as universidades públicas sejam pagas, elas custam menos do que as particulares.

Graduação

Para citar alguns exemplos, o curso de Engenharia Mecânica na Universidade Politécnica de Madrid custa 1.473€ e tem duração de 4 anos. O curso de Direito na Universidade Autônoma de Madrid também dura 4 anos e o valor é de 1.290€. E pra quem quer estudar Comunicação Visual, na Universidade Carlos III tem um curso de 4 anos por 1.283€.

Para ingressar em uma universidade espanhola, é necessário fazer uma prova de acesso, mais conhecida como Selectividad.

Mestrado

Os cursos de mestrado na Espanha duram, em média, de um a dois anos. São mais curtos que os de graduação, porém mais caros. Na área de Engenharia, por exemplo, um mestrado em Sistemas Eletrônicos, na Universidade Politécnica de Madrid, custa 2.843€. Já na área de Comunicação, o curso de Produção Audiovisual, na Universidade Complutense de Madrid, sai por 5.785€.

Facultad Alcalá de Henares em Madrid
Com muitas universidades públicas e privadas, Madrid recebe mais de 130 mil estudantes imigrantes ao ano.

Não se assuste, mas quando se trata de Economia e Negócios, os preços disparam. Se você quiser estudar Finanças Internacionais, no IEB, terá que desembolsar nada menos do que 25.000€.

Quem tiver interesse, deve pesquisar informações sobre como se candidatar a um mestrado na Espanha nos sites oficiais das universidades. Caso encontre o curso que procura, deve fazer a sua inscrição para participar do processo seletivo.

Doutorado em Madrid

A duração média de um doutorado na Espanha é de 3 a 5 anos. Para você ter uma noção, o custo do doutorado em Direito, Educação e Desenvolvimento, no Instituto Internacional para Estudos de Segurança Global, em Madrid, custa a partir de 3.900€, meio período de estudos, com duração de 3 anos.

Para se candidatar a um doutorado, os pedidos de inscrição devem ser enviados diretamente para o conselho acadêmico da instituição escolhida. Basicamente, você precisará ter um diploma de bacharel e um mestrado relacionado ao tema do doutorado.

Onde estudar em Madrid?

Entre as melhores instituições de Madrid, destacamos as seguintes:

Transportes públicos em Madrid

O transporte público de Madrid é um dos melhores do país em termos de diversidade, frequência, qualidade e segurança.

São 13 linhas de metrô e 11 linhas de trens que conectam o centro com demais regiões. O cartão de transporte público, para fazer viagens ilimitadas de metrô, trem ou ônibus, tem um valor mensal para adultos (a partir de 54,60€) ou anual (a partir de 45,50€). O preço é ainda mais barato para estudantes que vão fazer intercâmbio em Madrid e jovens com menos de 25 anos.

Em Madrid, é raro você precisar se deslocar e não encontrar uma estação de metrô. Já os ônibus são bem confortáveis, possuem Wi-Fi grátis e circulam a noite toda. Madrid também tem ciclovias, então ainda é possível pedalar pela cidade.

Em 2023, devido ao alto preço do combustível, o governo aplicou medidas para incentivar o uso do transporte público, reduzindo 40% do preço. Na Comunidade de Madrid, a prefeitura resolveu oferecer mais 10% de desconto.

Se você tem até 25 anos, pode ir a qualquer canto por apenas 8€. Já para os mais velhos, o preço é de 25,4€, incluindo a zona B1, que chega a diferentes municípios como Alcobendas, Alcorcón e Getafe. A mudança vai até dezembro deste mesmo ano, porém, dependendo do cenário, pode ser que o preço não volte a ser o que era antes.

Saúde ao morar em Madrid

O sistema público de saúde em Madrid está conectado com as universidades. Por isso, é muito moderno e inovador, apesar dos cortes de verbas que sofreu nos últimos anos por políticas de redução dos gastos públicos. A maioria da população usa os serviços, inclusive as pessoas que têm seguro de saúde privado.

A grande queixa é que, caso a sua necessidade não seja uma urgência, é provável que você consiga agendar uma consulta para dentro de meses. Além disso, o sistema público de saúde funciona a partir de algo parecido com o que conhecemos no Brasil como medicina da família. Resumidamente, você possui um médico geral que atenderá todas as suas consultas iniciais para, depois, indicar um especialista.

Este sistema conta com uma otimização de recursos, já que os especialistas se concentram em atender os casos mais sérios. Por outro lado, do ponto de vista do paciente, pode ser um pouco frustrante já que o processo é mais longo: uma consulta para falar com o “médico de cabecera”, como é chamado na Espanha, e outra para falar com o especialista. Contudo, na primeira, o tempo de espera tende a ser de algumas semanas ou menos.

Quanto aos planos particulares, os preços variam de 25€ a 100€ mensais, de acordo com a seguradora escolhida, o tipo de plano e a idade do segurado.

Segurança ao morar em Madrid

Madrid é uma das capitais europeias mais seguras, com índices de criminalidade bem abaixo de cidades como Paris ou Londres, mas nem por isso dá pra gente se descuidar. O que vemos são furtos, quando roubam a sua carteira ou o celular e você nem se dá conta. Nestes casos, é só ficar alerta, principalmente em lugares de movimento como o transporte público e áreas mais turísticas.

Entretanto, quando falamos de índice de criminalidade, como qualquer capital e metrópole, existe uma taxa relevante.

Em 2021, a taxa de criminalidade, que registra o número de infrações penais a cada mil habitantes, era de 61,4 de acordo com os dados da Polícia Municipal. Enquanto isso, a taxa de roubos era de 77,3 a cada 10 mil habitantes, e o índice de roubos com uso de força era de 51,2. Já a taxa de assaltos a casas com uso de força era de 11,6 a cada 10 mil habitantes.

Segundo o Numbeo, Madrid tem o índice de segurança de 70,04, o que representa a 44º cidade mais segura da Europa. Na Espanha, este dado perde apenas para San Sebastián, no País Vasco, e Málaga, em Andaluzia.

Se vamos comparar com capitais europeias, Madrid perde para as seguintes:

Capital Europeia Índice de Segurança
Berna, Suíça 82,31
Praga, República Checa 75,40
Helsinki, Finlândia 74,94
Varsovia, Polônia 74,10
Copenhague, Dinamarca 73,55
Viena, Áustria 73,36
Luxemburgo, Luxemburgo 72,84
Lisboa, Portugal 70,37

Clima em Madrid

Existe um provérbio que define o clima da capital espanhola como:

dez meses de inverno e dois meses de inferno“.

Como Madrid está afastada do mar, o clima é continental e a variação de temperatura é muito ampla. No inverno, o termômetro não cai tanto como no norte da Europa, por exemplo, mas pode chegar a alguns graus abaixo de zero e inclusive nevar. Já o verão é muito curto, quente e seco.

Segundo o site Weather’s Park, a temperatura varia de 0ºC a 33ºC, podendo subir e descer até 5 pontos a mais ou a menos. Os meses mais quentes são junho, julho e agosto, enquanto os mais frios são novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.

Como é morar em Madrid?

Para quem gosta de ter uma vida social agitada, Madrid é uma opção perfeita. Com muitos bares, restaurantes e baladas, a cidade possui opções para todos os gostos e idades. Um costume que contrasta com a cultura brasileira são os horários.

Apesar da falta de pontualidade ser comum como no Brasil, o horário das refeições é mais tardio: 14h para o almoço e 22h para o jantar. Já as festas noturnas começam às 00h, mas o pessoal costuma a chegar a partir das 1h da madrugada.

Se você não gosta destes extremos, não se preocupe! Os madrilenhos são fortes adeptos ao happy hour, que geralmente acontece a partir de quarta-feira, ao final da tarde.

A notícia boa para quem trabalha é que, todas as sextas-feiras, o horário do expediente de escritório vai até as 15h, o que significa que você tem a tarde livre.

Daniel Fraga, de 32 anos, é jornalista e mora em Madrid desde 2021. Após chegar na Europa em 2017, ele viveu em Biella, Florença e Sardenha, na Itália. Foi em 2019 que a Espanha entrou na sua vida. A primeira cidade de destino foi Málaga. Mas uma oferta para trabalhar como editor de texto o trouxe a Madrid. “Eu já tinha visitado Madrid e gostava muito da cidade”, revela.

Hoje, a capital espanhola parece ter ganhado o coração do gaúcho de Porto Alegre. “É difícil falar o que eu mais gosto, porque é uma mistura de vários fatores que fazem a cidade ser completa. O fato de eu ter encontrado amigos também conta muito, isso faz a experiência ser muito melhor”.

Vantagens e desvantagens de morar em Madrid

Para Daniel, os pontos altos de viver em Madrid contam com o fato de ser uma metrópole segura e que oferece múltiplos atrativos. “Vale a pena viver aqui. É uma cidade grande com muita oportunidade, muita gente de muitos lugares, muitos parques, muita vida noturna e social”.

Ele também afirma que, se fosse para destacar uma vantagem de morar na capital seria os parques. Apesar de ser grande, a cidade é bem arborizada e conta com ambientes verdes por todos os lados.

Daniel Fraga, jornalista, em paisagem histórica
Daniel Fraga mora em Madrid desde 2021 e afirma que vale a pena viver na capital. Fonte: Arquivo pessoal

Não podemos deixar de mencionar as facilidades de transporte público. Você pode chegar de metrô, trem ou ônibus a qualquer canto. Inclusive, a cidade está cercada por montanhas e vilas históricas. Dentro da comunidade, podemos citar Cercedilla, Aranjuez e Alcalá de Hernares. Nos arredores, é bem fácil chegar a Toledo, Cuenca, Ávila e Segóvia.

Já os lados negativos contemplam as altas temperaturas do verão e o preço elevado das moradias. Para se ter uma ideia, o verão possui um clima seco, o que faz com que a sensação debaixo do sol seja mais intensa, de queimadura. E o fato de não estar tão próximo a praia faz com que passar a estação na cidade seja difícil.

Ainda mais, conseguir uma piscina em Madrid é um oásis, já que estamos falando de um local onde os edifícios são antigos e o preço do metro quadrado está sempre nas alturas.

Sobre o valor das moradias, Daniel revela:

“É difícil a pessoa ter um salário razoável e conseguir morar sozinho. Tem poucas opções e são muito caras. Por exemplo, para morar sozinho no centro tenho que viver num miniestúdio, senão teria que dividir apartamento”.

Antes de embarcar para Madrid, saiba o que levar na mala para Espanha.

Vale a pena morar em Madrid?

Morar em Madrid pode ser encantador, só depende de você, pois a capital espanhola tem muita estrutura para receber estrangeiros e você será muito bem-vindo!

Existem adversidades, como em qualquer lugar, mas você certamente não terá dificuldade para fazer amigos, sejam eles imigrantes ou nativos. Além disso, o clima e a cultura se assemelham ao Brasil, o que faz com que a gente se sinta em casa!

Do ponto de vista financeiro, não é o local mais barato, mas conta com mais ofertas e maior salário. O fato de ser grande também faz com que o custo de vida possa ter certa flexibilidade.

É muito comum que as pessoas vivam nos arredores de Madrid – inclusive muitos espanhóis – e utilizem transporte público diariamente. É claro que você perderá algumas horas no trem, mas as partidas e chegadas são pontuais e, para longas distâncias, os vagões são confortáveis e espaçosos.

Ajuda para morar na Espanha

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Vale a pena garantir essa tranquilidade para realizar o seu sonho da melhor maneira. E boa sorte!